segunda-feira, 24 de junho de 2013

Silvio Santos não permitirá filme sobre sua vida: ''Se nenhum advogado, nenhum médico é cercado dessas regalias, também não devo ser''

 
Apresentador conversou com a reportagem do jornal Folha de S. Paulo e disse que não merece homenagem pelos 50 anos de seu programa.
 
Uma das maiores personalidades da TV brasileira, Silvio santos já declarou mais de uma vez que não gosta de dar entrevista. Por esse motivo, para conseguir conversar com o apresentador e dono do SBT, a reportagem do jornal Folha de S.Paulo “acampou” em frente ao salão preferido do Patrão, em São Paulo, em três ocasiões diferentes a fim de tentar realizar uma reportagem sobre os 50 anos do Programa Silvio Santos.

O resultado do bate-papo foi publicado neste domingo (23) e surpreende pela modéstia, inteligência e lucidez do empresário de 82 anos. Sobretudo quando é chamado de artista, após declarar que não faz matéria porque não vê nada de extraordinário em sua profissão. “É como outra qualquer, não tem essas fidalguias”, afirma, antes de explicar por que não acredita se encaixar na categoria artística.

“Eu sempre me vi como produto, um produto meu. Sou um bom vendedor. Agora, eu não mereço... Tenho de ter um tratamento como outro vendedor que vende geladeira ou aparelho de TV. Sou um vendedor que usa a eletrônica para vender seus produtos, artistas, programas. Artista é quem dança, canta, sapateia, conta piada”, enfatizou.

Na entrevista, Silvio revela ainda que não vai permitir que o diretor Gugu de Oliveira faça um filme sobre a sua vida porque, assim como médico ou advogado ele também não deve ter regalias. E aproveitou para dizer que não pensa em aposentadoria. “Vou ter que me aposentar. Não sei quando”, falou, embora acredite não ter condições físicas de celebrar 60, 70 anos de sua atração.

O jornal rebateu, dizendo que ele está muito bem. “Quando você chega aos 82 anos e te falam ‘muito bem’, cuidado, porque com 83 você pode estar no buraco já. Rá-rá-rá”.

Em um outro momento da conversa, Silvio Santos comentou o empenho da filha Patricia  Abravanel nos programas do SBT e não descartou a possibilidade de ela substituí-lo na emissora. “Ela está indo. Tá melhor do que eu esperava”, afirmou o dono do SBT.

Judeu, ele explicou por que não vende horário para igrejas, como fazem outras redes de televisão. “É contra o meu princípio. Judeu não deve alugar a televisão para os outros. O judeu não pode deixar que na casa dele tenha outra religião. É por isso que não deixo nenhuma religião entrar no SBT”, defendeu. Em seguida, respondeu à pergunta a respeito da religião da mulher, Íris  Abravanel e das filhas, que são evangélicas.

“Mas onde eu mando eu não deixo nenhuma religião entrar. Nós não temos nenhum programa judaico, né? Nem católico nem evangélico nem budista. Nada disso”, falou, explicando que o SBT é “uma casa judaica”.

Como a entrevista aconteceu no momento em que o povo brasileiro estava fazendo diversos protestos pelo Brasil, a pergunta sobre a opinião dele a respeito das manifestações não poderia faltar. Questionado se participaria dos atos, Silvio foi enfático: não. "Eles não têm objetivo, né? Deviam ter um objetivo, deviam pedir alguma coisa. Dizer: 'Olha, nós estamos fazendo esse protesto para poder ter uma lei contra os menores de idade [que cometem crimes]'. Ou: 'Estamos fazendo esse protesto para pelo menos ver se os responsáveis pelo mensalão são punidos'. Ah, mas o protesto é sobre tudo. Então não é sobre nada".

Além disso, ele falou sobre a possível volta de Gugu  Liberato à sua empresa, disse que o apresentador ainda não o procurou, mas garantiu que as portas estão abertas. “Somos uma casa de negócios. Nós não temos esse negócio de saiu, não pode voltar. Todo mundo pode entrar e todo mundo pode sair, dependendo da negociação (...).. Se ele topar, ele pode ser sócio. A gente pode fazer um outro acordo qualquer. Contanto que ele ganhe dinheiro e nós ganhemos dinheiro, não tem problema”.

Bisavô pela primeira vez em maio, quando nasceu Miguel, neto de Cintia Abravanel, sua filha número 1, Silvio Santos definiu o bebê como um “naniquinho” e riu ao ouvir que “já estava na hora de ser bisavô”. “Rá-rá. Se não morrer... Rá. Se não morre, vai ser tetravô”, divertiu-se, antes de se despedir com a mesma humildade de quando começou a entrevista.

“Eu não sou muito fã desse negócio de sair em jornal, em revista. Mas... [dá de ombros e faz expressão de modéstia] Eu acho que quem deveria ter essas homenagens são médicos, são cientistas. Eles fazem alguma coisa pela humanidade. E alguns artistas que dançam, cantam. Mas apresentador de televisão? Nós não fazemos nada. Nós vendemos bugiganga! Ri-ri”, finalizou. (DFN)
  Fonte:(Contigo)
http://contigo.abril.com.br/noticias/silvio-santos-recusa-rotulo-de-artista-eu-sempre-me-vi-como-produto-artista-quem-danca-canta-sapateia-conta-piada

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